30.5.06

Quero mais, quero mais......

O Ministério da Educação anuncia novas regras onde se incluí uma avaliação da performance do muy nobre professorado, imagine-se, pelos pais dos alunos entre outros. Mas sabe a pouco! Muito pouco!
E a performance dos colegas do ensino universitário? Ficam a arrotar postas de pescada, e a esfregar as mãos!?
Para esses, é preciso mais cojones não é verdade? Os tipos estão à porta de serem ministros ou secretários de estado. Avaliar os Sr. Prof catedrático fulano tal...ui!!

26.5.06

Um dia destes,

as alimárias do hemiciclo ainda vão acabar a discutir o genocidio diário que é a masturbação masculina!

25.5.06

Ai Timor!

Pelos vistos ainda não é desta que a violencia acaba na terra do crocodilo.
Entretanto, em Portugal, mais propriamente na corte, discute-se a reprodução medicamente assistida. Muita asneira se diz no hemiciclo!
"Balha nos Deus"

24.5.06

Calma! Estamos quase lá!

Um estudo revela que uma larga maioria dos alunos da universidade de Coimbra (não sei se fica bem extrapolar para o universo do ensino universitário), concorda com a aplicação da praxe violenta. Eu também já passei por essa fase, há muito tempo. E, confesso, que estou arrependido! Porém, consegui perceber que a praxe não faz sentido, no dia que reparei que a "velha máxima hoje faço eu, amanhã fazes tu" era aqui aplicada com um rigor milimétrico. Isto fez-me pensar que por esse caminho voltariamos a andar de quatro patas em poucas gerações. Pior, reparei que haviam colegas que dividiam o ano lectivo entre o periodo das praxes e o da semana académica. Porquê, não percebo! Um ano ainda se admite, agora existirem grunhos que a cada ano se tornam mais assanhados. Não compreendo!
Porque será que a nossa sociedade tende a agarrar com força todos os indicadores de miséria humana e subdesenvolvimento? Violência, caos e circo!
A violência, é típica de situações de pobreza social em que os recursos passam a ser disputados pela violência ou a "xico espertisse". Um exemplo simples, se poderes fazer a cadeira a cabular não te vais esforçar a estudar. Se um professor só precisa de gastar dez horas para uma cadeira, nem que para isso tenha que encurtar o programa o dar a matéria pela rama, não vai gastar mais.
Descartando a crise financeira como responsavel por tal fenómeno, apenas consigo obter explicação se considerar outro tipo de pobreza: educacional e cultural!
Nós portugueses, somos filhos e uma geração que aceitou engrossar e viver nos subúrbios urbanos em troca de um emprego para a vida. Em resultado, o cidadão comum aceitou a acomodação e perdeu o interesse no exercício da cidadania. Por exemplo, relegou para o estado o futuro dos seus filhos. Ou seja, aceitou que este negasse aos seus filhos, aquilo que já antes lhe havia negado: acesso a um sistema educacional de qualidade. Meteu a cabeça na areia, e ficou à espera que os filhos terminem a sua carreira de discentes com um canudo. Dispõe-se a aguentar todo o tipo de sacrificios para que a prol consiga o canudo (aluga casa, paga a carta de condução, por vezes, muitas até compra carro). No entanto, não se interessa como os seus obtiveram o canudo, nem se tem vocação para tal. O que interessa é o papel a dizer Dr., Eng., ou lá o que seja. O que interessa é o título, não o conteúdo!
E as universidades, grandes centros do saber, acabadinhas de terminar o saneamento dos velhos do regime e infestadas pela malta do pós 25 de Abril, lideradas pelos senhores das RGAs e das manifs, souberam estar à altura da demanda. Aumentaram o número e a variedade de cursos, dando-lhes em alguns casos, nomes que só para os entender seria necessário outro curso. Formou Engs. e Drs. como quem vende pão num hipermercado. Criou canudos de todos os tamanhos e feitios, para todos os gostos, cabeças e bolsas. Foi correspondida pelo aumento da procura, em resposta voltaram a aumentar a oferta. Contrataram mais docentes, aumentou-se a consaguinidade nas instituições, abriram-se mais universidades (públicas e privadas) e promoveram-se os politécnicos a universidades.
Isto com uma única preocupação: saber se os licenciados do curso tal iam ser reconhecidos pelos seus pares. Para isso, toca a incentivar as ordens profissionais a serem mais generosas. Meteu os seus docentes com vocação para ave canora, na politica e nos orgãos administrativos do estado. Prestou apenas atenção aos curricula dos cursos não à carga de conhecimentos. Aqueles que gostam ou se safam bem nas ciências exactas (Matemática, Fisica), passam a ser "engenheros", os outros passam a ser "dotoris". A fórmula deste processo é bastante simples: mais matemáticas no primeiro e segundo ano do curso = Engenheiro. O resto depois se vê! E esse resto, é, por exemplo, a auscultação do mercado de trabalho e a articulação com este. É o incentivo ao mérito dos alunos e à sua capacidade criadora, e a inovação das técnicas de ensino (menos aulas, mais trabalhos e menos marranço). Continua a usar o velho esquema do tão mal afamado antigo regime: as cadeiras dividem-se em teóricas, teórico-práticas e práticas, mais uns trabalhinhos de grupo e um exame e é tudo! Nos casos em que a avaliação apenas por exame se revela demasiado "agreste". Divide-se a matéria em duas frequências e só quem não se safar é que vai a exame. Entretanto a UE, preocupada com o estado das coisas no nosso país, começa a falar em ciência e investigação cientifica. Porra! Isto implica mais chatices para os docentes que já tem de preparar, ministrar aulas e dar notas. Mas a UE manda dinheiro fresquinho, paga tudo! Assim a musica era outra. Havia que dar resposta a isto. Então criam-se mais mestrados, aumentam-se o numero de bolsas de doutoramento. Mas tudo isto usando a mesma fórmula das licenciaturas: muitos e para todos os gostos. Surgem as primeiras equipas de investigação científica, sempre chefiadas por um muy nobre docente de qualquer instituição, arranja-se um par de bolseiros pagos pela FCT, apresenta-se um projecto e arranjam-se uns trocos. Entretanto, encurtam-se as férias grandes uma semana e vai-se ao congresso internacional sobre o efeito do poejo na açorda alentejana, lá para os lados do equador. Tudo pago! É vê-los aos magotes num qualquer aeroporto com rolo de um metro debaixo do braço com uma etiqueta dizendo frágil. Os congressos são muito produtivos. Basta pregar o poster e montar-lhe guarda, e aparecerá um Americano, Alemão ou Japonês, interessado em trocar umas amostras de Portugal. Atenção só amostras, nada de trabalho ou ideias, e claro, o nome em todos as publicações científicas. Depois, é só esperar que os bolseiros e os tansos que concordaram em trocar amostras por artigos científicos, façam o trabalho. No próximo concurso para catedrático já estão aptos para concorrer. Chegando lá é a cereja em cima do bolo. Já nem se precisa de dar aulas. Basta dizer "no meu tempo é que era difícil! Agora é tudo fácil."
Apenas precisam de fazer umas visitas a outras universidades no estrangeiro e ter a mente aberta à criação de mais cursos de mestrado e doutoramento. Quanto aos estudantes, que cada vez são menos, basta mantê-los ocupados e dar-lhe algum circo. Queima das fitas e praxe, é quanto baste para que os tipos se mantenham entretidos. Quanto às queixas dos alunos, só chegam quando entram no mercado de trabalho e não conseguem arranjar emprego. Descobrem que afinal o curso que tiraram foi muito limitante. Mas esse não é um problema da universidade. Os gajos já acabaram os seus cursos e já não são estudantes, logo a universidade não pode ajudar. Mas sempre se pode recomendar um mestrado ou outro. Sempre alarga o CV. Termino, colocando a seguinte questão:
Quem são os grunhos do sistema: os alunos praxistas ou os docentes calões?

Atenção: Prevejo que na resposta a esta pergunta esteja o tal choque tecnológico, que Portugal tanto espera!